quarta-feira, 16 de março de 2022

Resenha: O Visconde que me Amava - Julia Quinn



A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva. Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela. Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele. Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração. Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.


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Anthony Bridgerton estava convencido: naquele ano encontraria uma esposa e se casaria. Não seria algo difícil no fim das contas. Apesar da fama de libertino, Anthony era um Bridgerton e, devido a tal, era um dos solteiros mais cobiçados pelas moças e pelas suas mães, sempre tão desesperadas por casá-las. Ah e havia, é claro, o título de visconde, que fora herdado de seu pai.

Apesar de estar resoluto, Anthony não esperava encontrar o amor no casamento. Este seria de conveniência, como eram muitos casamentos na época. Sua intenção era perpetuar o título em sua família e, para isso precisava de um herdeiro. Ele só não esperava que pudesse ser surpreendido...

Kate é uma mulher bela, inteligente e muito esperta. Suas tiradas sarcásticas fazem o leitor cair na gargalhada diversas vezes. Além disso, a jovem está completamente decidida a afastar sua irmã dos homens que ela considera inadequados. Algo bastante difícil, já que sua irmã é considerada a joia da temporada. O que ela não esperava era que, ao tentar afastar sua irmã do sedutor visconde Anthony Bridgerton, ela ficaria cada vez mais perto dele. E o pior, ela não iria querer se afastar.

Sabe aquela história de quem muito desdenha quer comprar? É mais ou menos assim a história de Kate e Anthony. Ele está disposto a se casar com a irmã dela. Ela está disposta a afastá-lo de Edwina, e não medirá esforços para isso.

Ela é insuportavelmente irritante e intrometida. Ele é insuportavelmente seguro de si. Mas há algo de inexplicavelmente encantador na irritante e intrometida Kate. E, a bem da verdade, Anthony é um homem extremamente belo, gentil e sedutor. 

Como ímãs, os dois acabam sendo atraídos um pelo outro e acabam percebendo que ambos tem mais qualidades que defeitos. Lógico que essa constatação não é rápida e, durante esse período de descobrimento, Julia nos presenteia com passagens encantadoras e engraçadas. O humor ácido, a ironia fina e o sarcasmo são presentes na fala de ambos, o que torna o livro leve e engraçado. Acho que não existe um jogo de pall mall mais engraçado do que o que é narrado neste livro. Aliás, Kate rainha, dona do taco da morte!

Apesar da fama de libertino, Anthony é um homem que preza bastante a família. Sua decisão de não se apaixonar pela esposa se deve pelo medo de deixá-la desamparada. Anthony tem medo de morrer jovem, como seu pai, e de ver se repetir o que aconteceu com sua mãe. Sendo assim, considera que, estando em um casamento de conveniência, quando ele morrer sua esposa não sofrerá tanto.

Ao se ver encantado pela bela Kate, seus maiores temores vem a tona. O fato dela não aceitar que ele faça a corte a sua irmã, torna as coisas ainda mais complicadas. Anthony se vê dividido entre o amor e a conveniência. E, por uma bela ironia, uma abelha acaba decidindo as coisas.

“- Às vezes… – disse Anthony com a voz hesitante – … às vezes, existem razões para os nossos medos que nós não conseguimos explicar. Pode ser só uma sensação, algo que sabemos que é verdade mas que pareceria infantil a outra pessoa.”

A ironia no acontecido é, justamente, o que torna o livro tão especial. É por causa de uma abelha que Anthony rejeita o amor. E é por causa dela também que ele vive o amor. Embora rejeite este sentimento no início, Anthony acaba se rendendo a ele e é quando vemos a relação do casal se fortalecer. Anthony confia seus temores a Kate e, juntos, eles enfrentam tudo com muito bom humor e muito amor também.

” – O que isso significa?

– Significa que o amor não tem nada a ver com o medo de que tudo acabe, mas com encontrar alguém que o complete, que faça de você um ser humano melhor do que jamais sonhou ser.”

Julia me surpreendeu, mais uma vez. Quando você pensa que ela não pode escrever histórias melhores, ela vai lá e faz. Este livro é, empatado com o quarto, o meu preferido da série. 

Quinn nos mostra um libertino que, apesar da fama, é extremamente amoroso, gentil e família. Anthony é, talvez pelo senso de responsabilidade que adquiriu após a morte do pai, o filho que mais preza pela família. Zela, cuida e ama, a seu modo, cada um de seus irmãos e sua mãe. E Julia traz uma mulher com os mesmos princípios do visconde. Kate ama sua família, constituída pela sua madrasta e sua irmã, e faz de tudo pela felicidade e bem estar delas.

O livro é alegre, divertido, e com uma boa dose de romance. A escrita da Julia dispensa comentários e, assim como Kate, você vai se apaixonar pelo visconde e, de quebra, se divertir com esse casal maravilhoso.


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Beijinhos,
Ana

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